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Análise: Brasil precisa se colocar no seu lugar do mercado e não abraçar brigas de China e Rússia

País tenta buscar negociações com governo americano após anúncio de tarifas de 50% a partir de 1º de agosto

Conexão Record News|Do R7

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Enquanto países avançam em negociações e fecham acordos com os Estados Unidos, a uma semana de a sobretaxação entrar em vigor, o Brasil encara um impasse diante do tarifaço americano de 50% a produtos nacionais. O governo brasileiro tem apostado nas conversas de bastidores e na relação com o setor privado para contornar essa situação. Junto às conversas, um grupo de oito senadores deve ir aos EUA na próxima semana para tentar abrir um caminho de diálogo.

Apesar de haver uma possível justificativa política por trás das tarifas de 50% impostas pelo governo americano, essa não é a razão principal para tal ação. É o que analisa Gabriel Quintanilha, professor da FGV (Fundação Getulio Vargas) Direito do Rio de Janeiro. Em entrevista ao Conexão Record News desta quinta-feira (24), ele explica que aplicar tarifas para negociar um valor final de alíquota é o que o presidente americano tem feito: “O que o governo Trump faz hoje é proteger a economia dos Estados Unidos”.

Por ter sediado a cúpula do Brics, além de apresentar uma carta defendendo uma moeda alternativa ao dólar, o Brasil se tornou o alvo mais direto de Donald Trump, acredita Quintanilha, sendo esse o outro motivo para a imposição das tarifas a partir de 1º de agosto, muito além de possíveis decisões do STF (Supremo Tribunal Federal).

Um caminho para um acordo, segundo o professor, é que o país “se coloque no seu lugar no mercado”, deixando de lado questões que competem mais à Rússia e à China, focando na diplomacia para mostrar aos Estados Unidos a relevância do país no mercado americano. Outro ponto defendido por ele é que o país aproveite do momento em que os produtos chineses ficarão mais caros com os novos acordos para negociar novas vendas brasileiras com preços mais baixos, fortalecendo a economia nacional.

“A diplomacia tem que funcionar assim para demonstrar ponto a ponto o que nós temos de bom para os Estados Unidos. Agora, talvez seja esse o momento de falar que essa briga não é nossa. A briga da Rússia, a briga da China não é nossa e não vamos comprar isso. A gente quer, na verdade, se aproveitar dessa situação para crescer também”, conclui.

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