Brasil acerta ao não se desesperar na negociação do tarifaço; veja análise
Economista aponta que nova fase de conversas será delicada, com destaque para temas como o etanol de milho, terras raras, café e aço
Conexão Record News|Do R7
“Até agora o Brasil foi muito bem na negociação, não entrou em desespero entregando tudo”, avalia o economista Ricardo Buso sobre o recuo do governo dos Estados Unidos em aplicar tarifas contra produtos brasileiros — 694 itens entraram na lista de exceções e não foram taxados em 50%. Ele destaca que a diplomacia brasileira foi inteligente ao evitar retaliações, mesmo que legalmente autorizadas, e soube usar a pressão interna dos próprios americanos contra a medida. “Vai gerar inflação para eles”, completa.
Ao Conexão Record News desta sexta-feira (1º), o economista aponta que a nova fase de negociações será delicada, com destaque para temas como o etanol de milho e terras raras, além de oportunidades como o café e o aço. “Negociar produto a produto com muita tranquilidade e sensibilidade” é, segundo ele, essencial para evitar prejuízos a setores exportadores, como o de frutas do Vale do São Francisco e o de café.
Buso também chama atenção para o efeito global da política comercial de Washington. “Fora de qualquer convenção, qualquer relação diplomática [com os EUA] estabelecida nesses 200 anos”, critica. Segundo ele, ao aplicar tarifas sem critérios tradicionais, como violações graves de direitos humanos, os americanos se isolam economicamente e empurram o comércio internacional para a China.
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