Em meio a tarifaço, China registra desaceleração das exportações em agosto
Apesar de compensar vendas com outros parceiros, resultado ficou abaixo da previsão de 5% e caiu para o menor nível em seis meses
Conexão Record News|Do R7
Em entrevista ao Conexão Record News desta segunda-feira (8), o economista Ricardo Buso comenta o crescimento das exportações chinesas menor do que o esperado em agosto. O resultado registrado ficou abaixo da previsão de 5%, em meio à guerra tarifária com os Estados Unidos — o menor nível em seis meses. Apesar da desaceleração nas vendas para o país norte-americano, o aumento em outros mercados traz um pouco de alívio ao governo chinês, que tenta manter a economia apesar do baixo consumo interno e dos riscos externos.
Para o economista, apesar da desaceleração, os números da China ainda são positivos pelo país manter um crescimento apenas em um ritmo mais lento. No entanto, ele aponta que, embora tenha conquistado uma compensação de 22,5% das exportações que seriam enviadas aos Estados Unidos, a compra de produtos pelos americanos é grande, o que acaba dificultando a substituição por novos parceiros, tanto para China como para o Brasil.
“Embora ela [China] exporte muito mais, nessa confusão dos Estados Unidos, ela é mais dependente dos Estados Unidos que os Estados Unidos deles. Então, tem espaço para o Washington esticar essa corda. Então, nesse aperto, eu estou com 15% quase das minhas exportações dependendo dos Estados Unidos”, comenta.
Buso ainda pontua que o resultado divulgado por Pequim pode não refletir totalmente a realidade por usar de comparativo o mesmo período do último ano: “Agosto [de 2024] foi um mês que se exportou muito para os Estados Unidos. Ali naquela época já estava se cristalizando a chance de vitória de Donald Trump. A China, escaldada que é, que no mandato anterior já teve uma perseguição de Trump, já começou a acelerar exportações para os Estados Unidos. Então, cresceu menos, mas sobre uma base maior, que significa que o tombo não é tão grande assim ainda”.
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