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EUA decidiram atacar instalações nucleares do Irã pois acordo era improvável, diz professor

Na visão do especialista, União Europeia seria a única capaz de produzir um acordo com Teerã

Hora News|Do R7

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Após a decisão do presidente americano, Donald Trump, de realizar ataques no Oriente Médio, surgem as dúvidas acerca de como poderia se dar um possível acordo de cessar-fogo entre Irã, Israel e os Estados Unidos. Com ataques a instalações nucleares do país persa e promessas de retaliação, o mundo aguarda com temor os próximos movimentos no conflito. 


Em entrevista ao Hora News desta segunda-feira (23), Manuel Furriela, mestre em direito internacional pela USP (Universidade de São Paulo), analisa que a falta de posicionamento da ONU (Organização das Nações Unidas) nas relações internacionais abriu margem para que potências mundiais tomassem decisões no globo sem autorização do ente. “A ONU, sim, teria que ter uma participação maior em avocar e trazer para si o encaminhamento desses assuntos”, afirma. 

O professor relembra as negociações realizadas entre Washington e Teerã no início do ano, algo surpreendente no momento, mas que, para os americanos, segundo ele, não chegaria a lugar nenhum. “Eles [estadunidenses] acabaram entendendo que era melhor já tentar debelar, destruir as instalações nucleares do que ficar aguardando um acordo improvável, difícil de ser construído”, completa. 

Apesar de um cenário preocupante, a União Europeia seria quem tem mais capacidade de trazer o Irã à mesa de negociações, como no primeiro acordo nuclear feito durante o mandato do presidente americano Barack Obama, ressalta Furriela. Ainda em sua análise, o especialista destaca que a Rússia, conhecida por sua aliança com Teerã, acabou decepcionando os iranianos por não mostrar um maior apoio, envolvida na guerra com a Ucrânia e tentando evitar um desgaste com Israel — com quem também possui boas relações. 

No entanto, para o professor, o acordo pode levar mais tempo, pois nem Israel e nem o Irã estariam abertos para negociações. O internacionalista acredita que Tel Aviv ainda tem objetivos militares. Já do lado de Teerã, o país dos aiatolás está em um momento que sente uma pressão, principalmente da população interna, para dar uma resposta aos ataques.

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