Entenda por que a taxação de aço e alumínio anunciada por Trump afeta o Brasil
Presidente dos Estados Unidos assinou decreto, nesta segunda-feira (10), que impõe tarifas de 25% para todas as importações para o país
Jornal da Record News|Do R7
Em entrevista ao Jornal da Record News desta segunda-feira (10), Viterio Brustolin, professor de relações internacionais da Universidade Federal Fluminense (UFF), afirmou que o decreto assinado pelo presidente americano para impor taxa de 25% sobre importações de aço e alumínio reforça a necessidade de negociações entre Brasil e Estados Unidos, visando minimizar impactos econômicos.
O professor afirmou que a taxação pode gerar dificuldades para o setor siderúrgico brasileiro, já que o Brasil "não tem outro parceiro para vender" os metais – países da Europa enfrentam recessão, e a China, que tem uma grande produção de aço, exporta apenas minério de ferro do país. Os EUA, por outro lado, são o principal mercado para o aço semifaturado brasileiro.
Em 2023, foram exportados US$ 2,8 bilhões (R$ 16,29 bilhões, na cotação atual) em aço e US$ 900 milhões (R$ 5,24 bilhões, na cotação atual) em alumínio para o país.
Atualmente, os EUA produzem cerca de 90 milhões de toneladas de aço por ano, e o consumo interno varia entre 90 a 200 milhões de toneladas. Já no setor de alumínio, a produção é de 3,5 milhões de toneladas anuais, o que torna o país dependente da importação. “A expectativa é de que os Estados Unidos precisarão importar alguma quantidade ainda de aço e de alumínio porque, para a indústria siderúrgica fornecer o que eles precisam, seria necessário de três a sete anos”, pontuou Brustolin.
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