Movimento antivacina tem feito doenças graves voltarem para nosso cenário, diz médica
Casos de sarampo dispararam nos Estados Unidos e na Europa e preocupam autoridades sanitárias mundiais
Jornal da Record News|Do R7
Dentre as heranças da pandemia, a hesitação vacinal é um dos problemas que “tem causado verdadeiros estragos no mundo todo, quedas na cobertura vacinal e fazendo voltar doenças graves, como o sarampo, para nosso cenário”, avalia Cleonice Aguiar, infectologista da Sociedade Brasileira de Imunizações, em entrevista ao Jornal da Record News de quinta-feira (13).
Nos Estados Unidos, por exemplo, os casos de sarampo dispararam no início da gestão do novo secretário de Saúde de Donald Trump, Robert F. Kennedy Jr. A autoridade sugeriu, durante uma fala na Casa Branca, que a vacinação poderia desenvolver autismo. A afirmação não tem comprovação científica.
Dados do relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde) registraram nos EUA mais de 350 mil infecções pela doença no ano passado. Já o continente europeu atingiu o maior índice desde 1997, com mais de 120 mil casos.
Cleonice aponta que, mesmo que o Brasil tenha aumentado a imunização e recuperado o certificado de erradicação do vírus, um dos mais contagiosos entre seres humanos, a preocupação é crescente. “A cobertura vacinal não é igual em todas as regiões do país e, com surtos acontecendo em outros países, nós ficamos sempre vulneráveis”, conclui.
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