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Aliados da Ucrânia enviam mais drones, radares, minas e mísseis para batalhas de curta distância

Com foco em combates corpo a corpo e na produção local de armamentos, europeus ampliam assistência militar a Kiev

Internacional|Do R7

Print Record News - Conexão - GUERRA UCRÂNIA Reprodução/Record News

A assistência militar europeia à Ucrânia está se intensificando e passando a priorizar armas eficazes no combate de curta distância, como drones, minas antitanque, radares e veículos de combate, fabricadas preferencialmente dentro do território ucraniano.

O secretário de Defesa do Reino Unido, John Healy, afirmou na quinta-feira (10) que o novo pacote de ajuda militar, desenvolvido em parceria com a Noruega, tem como objetivo tornar as brigadas e formações da linha de frente ucraniana mais letais no “combate corpo a corpo”.

“Nosso trabalho como ministros da Defesa é colocar nas mãos dos combatentes ucranianos o que eles precisam”, declarou Healy.

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O pacote anunciado destinará US$ 580 milhões à Ucrânia, sendo US$ 456 milhões do Reino Unido e o restante da Noruega, por meio do Fundo Internacional para a Ucrânia. Desse total, US$ 326 milhões vão financiar o envio de centenas de milhares de drones, minas antitanque e sistemas de radar.


Desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022, as Forças Armadas da Ucrânia (AFU) têm usado drones baratos de observação e ataque como principal arma no campo de batalha.

Estimativas do Exército ucraniano indicam que cerca de 75% dos soldados russos mortos ou feridos, ou veículos destruídos, foram atingidos por drones ucranianos.


Nas trincheiras, as unidades ucranianas têm aperfeiçoado a tática de interromper colunas blindadas russas em campos minados, para então atacar os veículos com enxames de drones. Soldados sobreviventes são caçados por drones FPV (com visão em primeira pessoa) ou atingidos por morteiros.

Em março, o Ministério da Defesa da Ucrânia anunciou planos de entregar 4,5 milhões de drones às tropas em 2025. O financiamento vem de uma combinação de verbas estatais, doações civis e iniciativas internacionais, como o Fundo Internacional.


Também em março, a Holanda anunciou um repasse de US$ 568 milhões para fortalecer a frota de drones ucraniana. O total do apoio militar holandês a Kiev até o fim de 2025 chega a US$ 2,27 bilhões.

A Alemanha, segunda maior fornecedora de armamentos à Ucrânia (atrás apenas dos Estados Unidos), afirmou que vai entregar mais quatro sistemas Iris-T de defesa aérea em 2025. O sistema, que opera em curto e médio alcance, tem sido um dos mais eficazes na proteção do espaço aéreo ucraniano. A Alemanha também anunciou o envio de pelo menos 300 mísseis para esses sistemas.

Outros equipamentos alemães a caminho incluem 300 drones de reconhecimento, 120 lançadores de mísseis antiaéreos portáteis, 14 sistemas de artilharia, cerca de 100 mil projéteis de 155 mm, 100 radares de vigilância terrestre, 25 veículos de combate Marder 1A3 e 15 tanques Leopard 1A5. A Bundeswehr (Forças Armadas da Alemanha) também planeja contratar a entrega de 1.100 radares adicionais.

Embora considerados obsoletos pelos padrões da OTAN, os veículos Marder e os Leopard 1A5 são valorizados pelas tropas ucranianas por sua confiabilidade e mobilidade.

Em fevereiro, Berlim já havia anunciado o envio de ao menos 500 mil projéteis de 155 mm para 2025. A Ucrânia estima precisar de 1,5 a 2 milhões por ano (o dobro) caso lance uma grande ofensiva no front.

A ajuda internacional na área de artilharia é coordenada por um grupo chamado Coalizão de Artilharia, liderado por França e Estados Unidos, com participação de países como Alemanha, Reino Unido, Suécia e Dinamarca.

Um dos resultados mais expressivos do grupo é a fabricação de obuses Bohdana (peça de artilharia que dispara projéteis explosivos em trajetórias curvas) em território ucraniano, iniciativa lançada pela Dinamarca no fim de 2023. Segundo o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, 154 sistemas foram produzidos em 2025.

A Dinamarca também anunciou neste mês um pacote de US$ 970 milhões para defesa aérea, produção de drones, desenvolvimento de tecnologia militar, aeronaves F-16 e peças de reposição.

No fim de março, a Suécia divulgou o maior pacote de ajuda militar à Ucrânia de sua história: US$ 950 milhões em armas fabricadas ou estocadas no país, além de US$ 550 milhões para a produção local de armamentos.

O apoio sueco inclui veículos CV90, tanques Leopard 2, mais de mil mísseis AT4 e obuses Archer. No total, a ajuda militar sueca à Ucrânia já soma US$ 8,2 bilhões.

Mais de 30 países já enviaram cerca de US$ 130 bilhões em ajuda militar a Kiev, incluindo desde capacetes e kits médicos até mísseis balísticos guiados e caças modernos. A Alemanha responde por cerca de US$ 30 bilhões, enquanto os Estados Unidos lideram com US$ 61 bilhões.

Mas o apoio norte-americano entrou em colapso após o retorno de Donald Trump à Casa Branca. O republicano defende um cessar-fogo imediato que incluiria a aceitação pela Ucrânia da ocupação russa de cerca de 20% de seu território. Como reflexo dessa posição, o envio de armas pelos EUA caiu drasticamente.

Zelensky classificou o corte no fornecimento de mísseis Patriot como a maior ameaça atual à defesa aérea da Ucrânia. Sem o sistema americano, o país não tem como proteger cidades de mísseis balísticos russos.

Até o momento, Alemanha, Holanda, Romênia e Estados Unidos doaram seis sistemas Patriot à Ucrânia. Com estoques de mísseis em baixa, a Alemanha anunciou o envio emergencial de 30 unidades adicionais. “Nosso apoio inabalável continua”, declarou o Ministro da Defesa da Alemanha, Boris Pistorius.

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