Análise: aumento da Selic é única alternativa para controlar a inflação?
Copom deve anunciar, nesta quarta (7), a nova taxa de juros da economia brasileira, que pode ser a maior alta em 19 anos
Conexão Record News|Do R7
O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) define, nesta quarta-feira (7), a nova taxa básica de juros da economia brasileira. Segundo previsões do mercado, o órgão deve realizar uma alta de meio ponto percentual. Caso se confirme, a taxa Selic chegaria a 14,75% ao ano, o que seria o maior patamar em 19 anos e a sexta alta seguida.
Em entrevista ao Conexão Record News, Hugo Garbe, professor doutor em economia da Universidade Mackenzie, explica que as expectativas do mercado devem ser cumpridas. Garbe pontua que a medida do BC busca frear o consumo e a inflação, mas ressalta que a medida não tem sido tão efetiva por conta da falta de equilíbrio nos gastos públicos, com o governo gastando mais do que arrecada.
“É o que vem acontecendo no Brasil nos últimos três anos. Tem tido uma política monetária pelo lado do BC muito efetiva, mas, infelizmente, a gente tem tido uma deficiência no controle fiscal”, completa o professor.
Com os seguidos aumentos na taxa básica de juros, o economista aponta que, entre os principais impactos diretos da Selic elevada, estão as mudanças na perspectiva das famílias, principalmente nas classes média e média baixa, que enfrentam parcelas mais caras em financiamentos com taxas pré-estabelecidas.
Outro ponto afetado pelas elevações das taxas são os financiamentos com valores mais caros, dívidas mais caras para os empresários — o que reflete em menos postos de empregos —, além do governo com títulos do tesouro mais caros, o que cria “ciclos viciosos perigosos no médio e longo prazo”, completa Garbe.
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