Análise: saída do Bolsa Família é motivo para comemorar em momento de economia aquecida
Governo anunciou que quase 1 milhão de famílias deixaram de receber a ajuda do programa social somente no mês de julho
Conexão Record News|Do R7
O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social informou que quase 1 milhão de famílias deixaram de receber a ajuda do programa Bolsa Família em julho devido ao aumento da renda do domicílio. Os dados mostram que 536 mil cumpriram prazo sob regra de proteção e outros 385 mil passaram a ganhar mais que meio salário mínimo, ou seja, mais do que R$ 762,50.
O Bolsa Família é um meio de distribuição de renda essencial para a diminuição das desigualdades sociais, defende o economista Ricardo Buso em entrevista ao Conexão Record News desta quarta-feira (23). Apesar de custar cerca de R$ 160 bilhões, Buso destaca que o benefício que traz à sociedade é muito maior do que o valor investido, que é uma fatia pequena se comparado aos juros de dívidas do governo que ultrapassam os R$ 950 bilhões.
Apesar de valores investidos, o economista explica que a saída do programa é uma notícia a ser comemorada, principalmente em um momento de economia aquecida, em que o mercado de trabalho vem batendo recordes de contratações. “Enquanto nós carregarmos um passivo tão pesado de desigualdade social, nós não seremos desenvolvidos e o Bolsa Família cumpre um papel importantíssimo nesse sentido”, completa Buso.
O economista, porém, pondera que o cenário que propiciou a saída dessas pessoas do programa social não é mais o que está em vigor. "Esse patamar [...] veio com base no mercado de trabalho bastante aquecido, o mercado de trabalho que vem batendo recorde há muitos meses de contratação. Isso dá algum sustento a esse contingente, só que nós estamos no fim desse movimento de mercado de trabalho aquecido pelo que nós falávamos anteriormente, principalmente pela taxa de juros", finaliza.
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