O MEC (Ministério da Educação), em parceria com a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), abriu inscrições, nesta terça-feira (22), para a rede nacional de cursos populares. A iniciativa irá selecionar 130 propostas de cursinhos populares de graça para preparar estudantes para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e outros vestibulares que dão acesso ao ensino superior. A medida terá investimento inicial de aproximadamente R$ 25 milhões para o ciclo 2025 e deve beneficiar até 5.200 estudantes do país. Em 2027, a expectativa da pasta é de um investimento de R$ 99 milhões e apoio a 324 iniciativas do gênero.
Em entrevista ao
Conexão Record News, Rafael Parente, PhD e pesquisador da Ufal (Universidade Federal de Alagoas), analisa que o programa atua como uma ação estratégica e afirmativa, uma vez que abre as portas para alunos que geralmente
não possuem acesso às instituições do tipo. Parente explica que, apesar de os alunos estudarem por conta própria, nesses polos de ensino os professores ensinam técnicas e estratégias para as 'pegadinhas' presentes nos exames, o que pode ser essencial para uma boa prova.
A parceria também, segundo o especialista, abre margem para a equalização dos níveis de
acesso ao ensino superior: “É criar um Brasil mais justo, mais inclusivo, e de fato investir inclusive na meritocracia. Porque aí você garante que é o talento e o esforço que vai dar as condições para que os jovens passem ou não nesses concursos e não apenas uma posição social”.
Outro efeito apontado pelo pesquisador é a possibilidade de que os cursos sirvam como um reforço para as lacunas de aprendizagem os alunos possuem, os deixando mais
preparados para as universidades. “É possível sim que essa jovem ou esse jovem que participe desses cursos preparatórios populares chegue mais pronto também para um curso universitário, pode ser um efeito colateral”, conclui Parente.