‘Beira litigância de má-fé’, diz Moraes sobre defesa de Bolsonaro alegar depoimentos contraditórios
Ministro afirmou que oito primeiros depoimentos não são “delações”, como apontado por advogado do ex-presidente, mas uma estratégia de investigação sobre fatos
Alerta Brasil|Do R7
Na retomada do julgamento de Jair Bolsonaro e mais sete réus na trama da tentativa de golpe de Estado, nesta terça-feira (9), o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e relator do caso, Alexandre de Moraes, questionou a sustentação da defesa do ex-presidente em apontar os oito primeiros depoimentos colhidos pela Polícia Federal como “delações contraditórias”.
“Beira o total desconhecimento dos autos, não leram os autos, ou beira litigância de má-fé. Porque basta a leitura da colaboração premiada para verificar que, por uma estratégia de investigação, mais correta ou menos correta, a Polícia Federal, ao invés de um grande depoimento único no dia 28 de agosto de 2023, resolveu fracioná-lo em oito depoimentos porque eram oito fatos diversos”, disse.
Julgamento da trama golpista
Na manhã desta terça-feira (9), a Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) retomou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus pela suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Após a argumentação da PGR (Procuradoria-Geral da República) e a apresentação das sustentações orais das defesas nas duas primeiras sessões, o próximo passo é a leitura dos votos dos ministros para avaliar o mérito da questão e decidir se haverá condenação, além de definir as penas.
O primeiro a se manifestar é o relator do processo, o ministro Alexandre de Moraes, seguido por Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e, por último, Cristiano Zanin. A decisão será tomada por maioria simples de três votos, mas a defesa ainda pode recorrer dentro do próprio STF e atrasar a decisão final.
Além do ex-presidente, respondem pelos ataques à democracia o tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid; o deputado federal e ex-diretor-chefe da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Alexandre Ramagem; o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier; o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres; o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira; o ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Augusto Heleno; e o general Walter Braga Netto.
A PGR imputou cinco crimes aos reús, sendo elas: organização criminosa armada, tentativa de abolir violentamente o Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado por violência ou grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.
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