Análise: ameaças aos Estados Unidos fazem parte da retórica do regime iraniano
Em primeiro pronunciamento após cessar-fogo, o aiatolá Ali Khamenei reivindicou "vitória do país" e afirmou que Trump exagerou em seu discurso sobre ataque
Conexão Record News|Do R7
O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, se pronunciou nesta quinta-feira (26) pela primeira vez desde o cessar-fogo e reivindicou a vitória do país contra Israel. Segundo ele, Israel "quase colapsou depois dos ataques das forças iranianas e os Estados Unidos não ganharam nada".
Khamenei ainda afirmou que Donald Trump está exagerando sobre os impactos dos ataques norte-americanos sobre as instalações nucleares iranianas. O líder supremo também falou que nunca vai se render aos Estados Unidos e ameaçou bombardear mais bases norte-americanas no Oriente Médio caso Washington ataque o país novamente.
Em entrevista ao Conexão Record News, Ricardo Cabral, especialista em segurança e estratégia internacional, explica que as ameaças aos Estados Unidos e à Inglaterra fazem parte da retórica do regime iraniano. Cabral lista como exemplo os ataques feitos a bases americanas nesta segunda-feira (23), com o Irã emitindo avisos dos bombardeios ao governo catariano e sem precisão no acerto dos alvos.
O especialista ainda afirma que, principalmente nesse momento, é necessário analisar o que é real ou não nas narrativas expostas. “Por exemplo, quanto de material tem enriquecido? A própria Agência Internacional de Energia Nuclear fica chutando, parece que ela fica chutando o número. Fala num número entre 450 e 500 quilos, mas já se pronunciou com números perto de uma tonelada de urânio enriquecido a 83,7%. Agora, diz que em torno de 450, 500 quilos a 60%”, completa.
Segundo ele, além das quantidades, há uma dúvida se as instalações foram totalmente destruídas ou não. Por somente haver registros da superfície, é difícil dimensionar o quanto do subsolo foi atingido e que algumas informações apenas os órgãos de segurança dos países envolvidos possuem.
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