Demência em idosos hospitalizados passa despercebida pelos médicos em 50% dos casos, aponta estudo
Cerca de dois terços dos pacientes com idade acima dos 65 anos possuem algum grau de comprometimento cognitivo
Jornal da Record News|Do R7
Um estudo da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) alerta que 50% dos casos de demência em idosos hospitalizados passa despercebido pelos médicos. Segundo os pesquisadores, cerca de dois terços dos pacientes acima de 65 anos possuem algum grau de comprometimento cognitivo.
Em entrevista ao Jornal da Record News de terça-feira (3), o professor Márlon Aliberti, um dos autores da pesquisa, explica que uma conversa com familiares ou cuidadores pode facilitar a detecção com até 90% de precisão.
Para Aliberti, o grande desafio no modelo atual de avaliação é que o diagnóstico clínico baseia-se, principalmente, na entrevista com o próprio idoso. No hospital, contudo, “o paciente pode estar com dor, pode estar tomando medicamentos que agem no sistema nervoso central, no cérebro, na capacidade de julgamento, de pensamento. E ele pode ter outras alterações orgânicas — e aí eu estou falando de uma infecção, uma desidratação, algo agudo que interfere a performance dele no teste”.
O professor salienta que é preciso otimizar os recursos de saúde no Brasil e que cada contato com o paciente deve ser aproveitado para realizar a identificação da condição. “O que nós fizemos foi validar uma bateria que já existe, mas apenas com os familiares próximos que convivem bastante com o paciente”, conclui.
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