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Moraes ironiza alegação de Ramagem sobre anotações contrárias às eleições: ‘Meu querido diário’

Ministro do STF questionou colocação da defesa do ex-diretor-chefe da Abin sobre documentos que imputavam fraudes à Justiça Eleitoral

Alerta Brasil|Do R7

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No terceiro dia do julgamento da trama golpista pela Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal), nesta terça-feira (9), o ministro e relator Alexandre de Moraes questionou a defesa de Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor-chefe da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).

Moraes apontou a coincidência entre documentos com diretrizes golpistas de Ramagem e do general Augusto Heleno, ex-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) — apontados pelos réus como de cunho pessoal —, com o discurso do ex-presidente Jair Bolsonaro em uma live em que desacreditava a lisura das urnas eletrônicas.

“Consistia em um documento contendo vários tópicos e argumentos contrários ao sistema eletrônico de votação e imputando fraudes à Justiça Eleitoral, exatamente idêntico ao que foi depois dito na live por Jair Messias Bolsonaro. O réu Alexandre Ramagem confirmou a titularidade do documento, a titularidade do e-mail, em que foi localizado esse arquivo digital, salientando, porém, que as anotações feitas no documento eram só para ele, particulares, ele com ele mesmo. Uma espécie de diário, o meu querido diário”, ironizou o relator.

Julgamento da trama golpista

Na manhã desta terça-feira (9), a Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) retomou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus pela suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Após a argumentação da PGR (Procuradoria-Geral da República) e a apresentação das sustentações orais das defesas nas duas primeiras sessões, o próximo passo é a leitura dos votos dos ministros para avaliar o mérito da questão e decidir se haverá condenação, além de definir as penas.

O primeiro a se manifestar é o relator do processo, o ministro Alexandre de Moraes, seguido por Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e, por último, Cristiano Zanin. A decisão será tomada por maioria simples de três votos, mas a defesa ainda pode recorrer dentro do próprio STF e atrasar a decisão final.

Além do ex-presidente, respondem pelos ataques à democracia o tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid; o deputado federal e ex-diretor-chefe da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Alexandre Ramagem; o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier; o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres; o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira; o ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Augusto Heleno; e o general Walter Braga Netto.

A PGR imputou cinco crimes aos reús, sendo elas: organização criminosa armada, tentativa de abolir violentamente o Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado por violência ou grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

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