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Moraes afirma que a Abin atuou como 'célula clandestina' sob comando de Alexandre Ramagem

Ministro detalhou como a Agência Brasileira de Inteligência teria sido usada para produzir narrativas falsas contra opositores políticos

Hora News|Do R7

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“Durante a gestão na Abin do réu Alexandre Ramagem, efetivamente funcionou como uma célula clandestina”, disse Alexandre de Moraes, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), ao afirmar que a Agência Brasileira de Inteligência, sob o comando do agora deputado federal, foi usada como uma central de contrainteligência da estrutura criminosa para criar narrativas falsas contra opositores.

Na retomada do julgamento do ex-presidente e de outros sete réus por trama golpista, nesta terça-feira (9), Moraes pontuou que quatro ministros do STF foram alvo de espionagem pela organização: ele, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e José Antonio Dias Toffoli, além de outras lideranças políticas, como o ex-governador de São Paulo, João Doria, e o ex-presidente do Senado Federal, Renan Calheiros


Outro ponto destacado pelo ministro relator foi a tentativa dos réus de impedir o funcionamento do poder Judiciário, especialmente do STF e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). 

“Não há nem disfarce de que se tentava impedir o livre exercício do poder Judiciário. Os manuscritos de Augusto Heleno [ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) do governo Bolsonaro] foram corroborados pelas anotações de Alexandre Ramagem, de modo que se comprova toda essa estruturação”, afirmou.

Julgamento da trama golpista

Na manhã desta terça-feira (9), a Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) retomou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus pela suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Após a argumentação da PGR (Procuradoria-Geral da República) e a apresentação das sustentações orais das defesas nas duas primeiras sessões, o próximo passo é a leitura dos votos dos ministros para avaliar o mérito da questão e decidir se haverá condenação, além de definir as penas.

O primeiro a se manifestar é o relator do processo, o ministro Alexandre de Moraes, seguido por Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e, por último, Cristiano Zanin. A decisão será tomada por maioria simples de três votos, mas a defesa ainda pode recorrer dentro do próprio STF e atrasar a decisão final.

Além do ex-presidente, respondem pelos ataques à democracia o tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid; o deputado federal e ex-diretor-chefe da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Alexandre Ramagem; o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier; o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres; o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira; o ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Augusto Heleno; e o general Walter Braga Netto.

A PGR imputou cinco crimes aos reús, sendo elas: organização criminosa armada, tentativa de abolir violentamente o Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado por violência ou grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

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